segunda-feira, 13 de julho de 2009

Tempo parado

O tempo é mágico, porque quando menos esperamos, ele desaparece
É líquido porque escorre pelos dedos
É implacável, porque não nos espera
É forte, porque sempre vence
É mestre porque nos ensina
É vilão, porque nos mata
É amigo com quem sabe tratá-lo bem
É inimigo para quem se esquece dele

O tempo...
Uma fração do tempo
Congelado em uma imagem
Um duzentos avos de segundo
Uma gota d´água, vira uma bola de gelo
A imagem fica, mas o líquido já não existe mais.
Onde estará, hoje, essa semente de vida?


Só o tempo pode dizer.



Foto feita em 12/07
Velocidade do diafragma 1/200
Abertura do diafragma 5.6
ISO 1600
Flash ativado
Canon EOS XTi

terça-feira, 23 de junho de 2009

Infinito

Ao chegar da rua, ainda sinto o frio nas pernas e braços.
E descubro que meu frio é muito passageiro.
Sento diante da mesa de jantar, ainda posta por mim.
E saboreio, ainda mornas, as batatas que assei.
Nesse instante ouço o vento nas janelas,
Que no décimo segundo andar bate forte,
Vou até um dos quartos e observo como um voyeur,
As ruas geladas de São Paulo.
No mesmo momento, pelas lentes da luneta,
Me salta aos olhos, uma imagem de dor,
A qual detalho em pormenores:

Os carros passando rápido fizeram com que o ar se deslocasse forte e a pequena fogueira feita pelo mendigo, para aquecer a ele e seus dois amigos, virou-se contra os três.
Num lance de rapidez, seus amigos, cães, correram para o meio da rua e foram atropelados pelo carro que passava, num misto de dó e medo o mendigo tentava salvar seus amigos, sem se aperceber que suas calças ardiam em chamas, não demorou muito para que ele se tornasse uma bola de fogo, o fogo contornou suas vestes surradas e clarearam a rua por onde correu.
Os carros desviavam, ninguém ajudava, os três morreram.
Voltei para a sala de jantar, peguei o resto de comida da mesa, joguei no lixo, vesti uma blusa e saí para a rua.
Chegando perto de onde imaginava ter sido o acidente, notei que havia sobrado, no meio das cinzas, ainda acesas, uma correntinha, que parecia de ouro, juntei-a com cuidado e tentei limpá-la na manga, nela havia gravado um nome, era o meu nome, imediatamente veio à mente uma única cena, o dia de minha formatura, no qual ganhei aquele presente, e tinha nela uma cruz, que considerei um amuleto daquele dia em diante.Me veio à mente toda minha história, e como havia chegado até ali, vestindo aqueles trapos, tendo apenas dois cães como amigos, aliás, amigos de verdade, que velavam meu sono, em troca do carinho que dividia com eles. Lembrei de todos os momentos de minha vida, e me senti culpado pelos amigos estendidos na rua, fui tentar tirá-los de lá, e naquela emoção toda, não vi que minha roupa pegava fogo, mas pra mim, não importava mais, meus amigos estavam no chão, nem se mexiam, na luta contra o fogo e os carros que passavam, ainda, num último instante, olhei para o prédio em frente e vi que de uma janela, alguém me olhava, e ouvi seus pensamentos.

domingo, 31 de maio de 2009

Tem algo no meu presente que prefiro ver no passado.

Cada vez mais rápido, o pensamento se forma e se esvai de minha mente, sem que eu possa congela-lo ou materializa-lo.
Antes, eu ainda teria tempo de materializa-lo, seja em uma foto, em um filme, ou mesmo em um pedaço de papel escrito e descrito minhas sensações.
Hoje, mal tenho tempo de concluir um pensamento e mais dez já se passaram pela minha mente.
Só consigo viver do que é on-line, off-line não existe mais para mim.
Por isso, não consigo nem mais, ler meus e-mails, porque, no meu ponto de vista é um passado congelado para eu ler depois, ou nunca mais...
Mas perco tanto tempo com o meu presente, que não consigo imaginar em olhar para o passado.
Só o que me importa é o on-lie, o imediato, o real-time.
Na frente de qualquer tipo de conexão, não mais me importa os filmes, quero ver as notícias, principalmente se forem ao vivo.
Futebol ao vivo, mesmo que seja de times que não me interessam, prefiro, a ver uma cena gravada.
Para escrever algumas linhas, é como se fosse um sacrilégio, deixar tantas informações passando, enquanto paro para digitar algo.
Prefiro MSN ao Orkut.
Prefiro andar nas ruas, sem rumo, e entrar num cinema.
Quando assisto a TV deixo a janela aberta, para ver os vizinhos andando pelas suas salas.
Quando durmo, deixo a TV ligada em canal de notícias, quero saber o que acontece a cada momento, apesar de na maioria das vezes, não poder fazer nada para mudar qualquer notícia, pois mesmo quando elas são dadas, já viraram passado.
Não sei o nome dessa doença que estou sofrendo, mas espero que passe, que também vire passado.

terça-feira, 10 de março de 2009

Onde estou?

Tem um pedaço de mim no Orkut, lá tem fotos minhas, imagens paradas e algumas em movimento.
Lá, eu mostro um pouco do que eu gosto e não digo do que eu não gosto, deduza.
Também pode-se conhecer alguns de meus amigos, parentes, colegas e conhecidos.
Mas não sou cem por cento Orkut.
Você verá, um pouco mais de mim, no meu Blog (uni-versos), onde às vezes coloco coisas do dia-a-dia, mas às vezes, debulho um pouco mais de mim.
Cada palavra, ordenada no meu Blog, é pensada, degustada e relatada com cuidado, muitos olhos podem vê-las, apesar de ninguém, quase nunca, comentar.
Mas, se somar Orkut mais Blog, não serei cem por cento.
Tem também um fotolog (luzes) que abandonei há algum tempo no site do Terra, mas que deixei minhas marcas, minhas fotos, meus sentimentos recuperados em imagens fotográficas, algumas imagens produzidas pelo acaso e outras pelo estúdio improvisado. Mesmo assim, ainda não me encontrará cem por cento depois de entrar nesses três sites. Tenho também, algumas poesias em outro site, o da magriça notívaga, lá tem uma parte de minha vida estampada em poesias, em contos e em histórias e estórias vividas ou criadas, mas que de alguma forma, tomaram conta de mim em determinada época da vida. Mesmo assim, ainda falta muito para saber onde estou cem por cento.
Tenho ainda meu e-mail que serve de leva-e-traz para meus inúmeros recados, atalhos, links, anotações, dicas, bilhetes, imagens, reportagens, enfim, minha conexão eletrônica, meu gateway com o universo da internet. É através do e-mail que consigo concretizar imagens, confirmar compras, reafirmar pensamentos.
Mesmo assim, ainda me pergunto:
Onde estou?
No second Life?
Até criei um avatar, mas, deve estar vagando sem rumo naquele mundo.
Estou, com certeza, no seu pensamento, enquanto lê este escrito, e ao mesmo tempo, nas lágrimas de quem chora lendo meu triste poema do golfinho e o beija-flor, ou de quem sorri vendo a foto das crianças que fiz de um gira-gira maluco em um parque.
Estou também na mudez do Chaplin no meu orkut e na voz do Lenine fingindo ter paciência.
Estou na lembrança de vários amigos, nos filmes revelados de várias fotografias e não vivo única e exclusivamente atrás de um equipamento conectado à internet.
Cem por cento de mim, também não está na sala de aula quando leciono inclusão digital.
Inclusão digital? É internet !
Não, inclusão digital é permitir que pessoas “analfabetas” digitais, tenham oportunidades iguais para estarem onde quiserem, dentro ou fora do mundo real, desenvolvendo, aprendendo e ensinando suas experiências.
Onde estou?Misturado entre o real e o virtual, no meio do portal que liga os dois universos.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Uma borboleta bate asas na China...

Chove em Sampa!
E com a chuva, desce do céu, todas as impurezas do ar.
Cai a poluição, cai o gás carbônico, cai a foligem
Cai árvore, “cai a força”, caem as pessoas em buracos escondidos sob espelhos d´água.
Só não cai o prefeito, que estufa o peito e diz que por essas pessoas fora eleito e ainda tem muito a ser feito.
Voltando às águas, percebemos enxurradas de lama, carregando lágrimas e sonhos ladeira abaixo. Que vão para os rios, esgotos, abandonados na cidade. Que se enchem e se esparramam pelo chão, e a menininha quando dorme, não tem cama nem colchão.
É triste fingir que não vemos e não sentimos o que as chuvas têm provocado em nossas cidades, mais triste ainda é saber que como eu, muitos fingem não ver a realidade.Cada cidade é um universo desconectado, mas que possui veias e veios de rios que se comunicam, que compartilham seus líquidos, seus sólidos, seus álcoois, seus gases. Nossa quanta química....

sábado, 31 de janeiro de 2009

Uma imagem vale mais que mil palavras?

Peguei uma câmera fotográfica e utilizei o recurso de filme.
Fiz um teste e editei.
Já que tenho alguns livros para alforriar, aproveitei a ocasião e documentei em filme.
Vejam o resultado!

http://br.video.yahoo.com/watch/4384251/11762492

sábado, 17 de janeiro de 2009

Santa Ifigênia Rogai por nós.

Hoje, fui até a Santa Ifigênia, uma rua em São Paulo onde as lojas, quase todas, vendem material elétrico/eletrônico.
Essa rua é um universo especial para quem gosta de novas tecnologias.
Tudo o que é novidade no mercado é encontrado primeiro lá.
Aos finais de semana, principalmente, as pessoas não cabem nas calçadas, primeiro porque elas ficam cheias de camelôs e depois porque o volume de pessoas que aproveitam a manhã de sábado para fazer compras, é imenso.



Poucos sabem, mas nessa rua existe uma igreja, Nossa Senhora da Conceição de Santa Ifigênia.
Uma igreja escura, por fora e por dentro, onde encontrei a imagem da Nossa Senhora da Conceição de Santa Ifigênia.

De 1930 a 1954, esta Igreja funcionou como catedral provisória de São Paulo. Em 1958, foi elevada a categoria de Basílica Menor pelo Papa Pio XII.


Pela imagem que fiz da Santa Ifigênia, entendo que ela deve interceder, principalmente para os que necessitam de moradia.

Depois da igreja, para quem vai em direção ao centro de São Paulo, existe um viaduto, o viaduto Santa Ifigênia.
Hoje, nesse viaduto, muitas pessoas ganham a vida, vendendo brinquedos, mágicas, expondo algumas habilidades em troca de doações em dinheiro.
No meio desse pequeno exército de vendedores, encontrei o Sr. Luis, sentado em uma caixa de sanfona e tocando esse instrumento.
Aproximei e em uma conversa de cinco minutos, pude entender um pouco do universo do tocador de forró.
Veio para São Paulo com os pais e os irmãos e aqui ficou, sem nunca deixar de tocar.
Tocava em uma banda de forró e participava de vários eventos relacionados à sua terra natal, Pernambuco.
Enquanto seus irmãos constituíram família, ele também se casou, mas há pouco tempo, ficou viúvo.
Durante muito tempo, ele tocou nas ruas de São Paulo, mas teve problemas com o álcool, chegou a beber dois litros de pinga em uma noite, enquanto comia pé de frango, como ele disse, com farinha.
Disse que acabou enterrando muitos de seus amigos que não bebiam, mas se sentiu pressionado a “ se endireitar”, quando um amigo seu, cego, que tocava sanfona morreu.
Há um ano, parou de beber e decidiu juntar dinheiro a fim de voltar para Pernambuco.
O maior medo dele, é que em Pernambuco, não tem nenhum irmão, só tem tios e primos, por isso entende que tem que guardar o máximo que conseguir.Lá em Pernambuco, segundo o Sr. Luis, é mais fácil viver do forró.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O porquê

TDAH, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.
Eu tinha 40 anos quando descobri que possuí esse transtorno minha vida inteira.
Descobri então, as causas de vários erros que cometi, durante toda minha história.
Saía para comprar dois pães e um leite, e voltava com dois leites e um pão. Esquecia as chaves de casa, perdia dinheiro, guarda-chuva, blusa, tudo o que era acessório. Minha sorte ou azar, não sei ao certo, foi descobrir também que muitas pessoas foram e são DDAs (Déficit De Atenção) apelido dado para TDAH. Descobri que Mozart, Da Vinci, Einstein foram DDAs e isso me deixou apavorado, pois, sei que até hoje, não fiz nada que chegasse às sombras desses mestres. Descobri o porquê nunca gostei de longas leituras e nunca consegui me concentrar nos meus projetos. Aprendi que iniciar mil coisas e largá-las incompletas, fazia parte dessa “síndrome”.
Mesmo assim, sempre tive coragem de inovar, apesar das dificuldades, sempre consegui superar o transtorno.
Sorte que, junto com o déficit de atenção, em função de um espaço vago no cérebro, no córtex frontal, fui contemplado com um grande potencial criativo, o qual me ajuda, até hoje, nas tomadas de decisões rápidas, nas grandes sacadas e nas boas idéias.
Agora que já falei tudo sobre mim, vou dizer o que pretendo com este blog.
Comentar e abrir para discussão, assuntos cotidianos que, quase sempre, deixamos passar, sem perceber.
Poderemos tentar entender ou não, o porquê das diferenças.
Riremos com situações captadas pelas minhas lentes, seja uma fotografia ou mesmo um trecho de filme.
Espero contar com muitos comentários que, com certeza, enriquecerão nossas vidas.No mais, esperemos que tudo seja muito leve e enriquecedor.